OP ART – ARTE DA ILUSÃO DE ÓTICA
OP ART – ARTE DA ILUSÃO DE ÓTICA
A Op Art foi um movimento artístico muito criativo e inusitado, pela aproximação com a ciência. Com o uso de ilusões de ótica, explora a condição falível do olho humano, ou seja, busca confundir a visão criando movimento e diferentes formas em uma pintura.
Suas obras exploram uma forma artística totalmente visual e tinham como fundamento para a arte “menos expressão e mais visualização”, buscando envolver as pessoas pelo olhar. Certamente, você já viu circulando nas redes imagens de ilusões de ótica. Pois é, são parte da Op Art.
Em geral, as obras da Op Art são abstratas e apresentam linhas e formas seriadas, que demandavam domínio matemático, habilidade técnica e planejamento. Os padrões dinâmicos das telas criam a ilusão de ótica e dão a impressão de tridimensionalidade, o que faz parecerem ter movimento, clarões, vibração, pulsação e tremores. Isso é causado pela distância ou ângulo de quem as observa. Incrível, não é?
Características da Op Art
As principais características da Op Art são:
- Efeitos visuais que causam ilusões ópticas
- Estilo abstrato
- Efeito tridimensional
- Formas e figuras geométricas
- Cores complementares e com alto contraste
- Formas, linhas e cores bem delimitadas e definidas
- Predomínio do preto e branco, apesar de terem obras policromáticas e com tonalidades vibrantes
Qual a definição e de onde surgiu a Op Art?
A expressão “op art” vem do inglês (optical art) e significa “arte óptica”. Os artistas buscavam simbolizar constante transformação, a instabilidade e mutabilidade do mundo e da sociedade. (por isso a sensação de “movimento”).
Teve início ainda na década de 30, com a pintura “Zebra” do artista Victor Vasarely, de 1938. Porém, o movimento teve seu auge apenas em 1965, onde houve a primeira exposição das obras no Museu de Arte Moderna (MoMA), de Nova York.
Zebra
(Victor Vasarely, 1938)
A exposição, intitulada The Responsive Eye (O Olho que Responde), trouxe 123 pinturas e esculturas de Victor Vasarely, Bridget Riley, Richard Anusziewicz, Kenneth Noland, dentre outros artistas que ficaram consagrados no movimento.
O húngaro Victor Vasarely, considerado precursor da Op Art, é um dos seus maiores nomes. Influenciado pelo movimento Bauhaus, adotou a arte construtivista e geométrica. Suas obras são lindas e geniais, seguiam um padrão linear abstrato, policromático e multidimensional. As formas e figuras criavam deformações ondulantes, profundidade e vibração.
“…o abstrato revelou-se para mim, realmente e verdadeiramente, quando me dei conta que a pura forma-cor era capaz de significar o mundo” Victor Vasarely
Vega-Nor
(Victor Vasarely, 1969)
Keple Gestalt
(Victor Vasarely, 1968)
Vonal Stri
(Victor Vasarely, 1975)
Folklore
(Victor Vasarely, 1963)
Uma grande artista do movimento, foi a pintora inglesa Bridget Riley. Seus trabalhos apresentam padrões geométricos em preto e branco. Ela utilizava listras, curvas onduladas, discos concêntricos e séries de triângulos ou quadrados que criam efeitos de vibração, dinamismo que desorientam a visão.
“Para mim a natureza não é paisagem, mas o dinamismo das forças visuais” Bridget Riley
Movement in Squares
(Bridget Riley, 1961)
Blaze Study
(Bridget Riley, 1962)
Intake
(Bridget Riley, 1964)
Pause
(Bridget Riley, 1964)
Outro artista reconhecido foi Alexander Calder, pintor e escultor norte-americano, que ficou famosos por seus mobiles. Eles traziam um efeito surpreendente pelo movimento das placas metálicas geométricas, causado pelo ar.
Lobster Trap and Fish Tail
(Alexander Calder, 1939)
Arc Of Petals
(Alexander Calder, 1941)
No Brasil, o principal artista que representou a Op Art foi o pintor, desenhista e escultor Luiz Sacilotto.
Concreção 5979
(Luiz Sacilotto, 1979)
Concreção 8463
(Luiz Sacilotto, 1983)
Desde então, reproduções do movimento começaram a ser vistas em peças publicitárias, no design de interiores, estampando roupas, nas capas de LP’S…
Não teria como ser diferente, afinal! Suas técnicas, efeitos e padrões visuais, a “brincadeira” com a perspectiva, com a forma de captar a atenção do espectador e de leva-lo para dentro da obra com o olhar, são realmente fantásticas!
A Op Art é, de fato, um referencial e tanto para quem trabalha com a comunicação visual. Sobretudo, também desejamos criar diferentes impressões, sensações e chamar a atenção das pessoas com um projeto gráfico, embalagem, fotografia, etc. E, obviamente, para que esse trabalho seja excelente é preciso ter uma boa base de referências e inspirações, não é? (Coisas que sempre prezamos aqui na Flama!)
O que você achou da Op Art? Também causou confusão no seu olhar e te chamou a atenção?