O dadaísmo foi um dos movimentos artísticos das vanguardas europeias mais emblemáticos do século XX. Apresentava um caráter revolucionário, subversivo, ilógico e de protesto, que negava as regras do que era, até então, considerada a arte tradicional.  

Iniciou-se em 1916, em Zurique, na Suíça, por jovens escritores, poetas e artistas plásticos. Os escritores alemães Hugo Ball e Richard Huelsenbeck, o poeta romeno Tristan Tzara e o pintor e escultor alsaciano Hans Arp, fundaram o Cabaret Voltaire, um espaço para manifestações políticas e artísticas.

Os dadaístas eram, sobretudo, contrários à ordem política, cultural e social e aos valores burgueses vigentes. Suas obras eram pautadas na irracionalidade, ironia, liberdade e absurdo.

“não é o dada que é absurdo – mas a essência da nossa era que é absurda.” Os dadaístas

Características dadaístas

Alguma das principais características do dadaísmo são:
– Crítica aos modelos padrão e tradicionais da arte
– Irreverência, espontaneidade, ironia e desconstrução da imagem
– Diferentes formas de expressão e composição artística, pelo uso de objetos cotidianos, jornais, fotografias, poemas…
– Postura ilógica, irracional e pessimista

Algumas técnicas mais utilizadas e conhecidas do período dada são os ready-made, as colagens e o non-sense (a falta de sentido). Assim, adotamos o estilo dada nos nossos últimos posts nas redes sociais, utilizando colagens, que são ainda muito usadas atualmente. Algumas colagens muito conhecidas do são as de Raoul Hausmann e Hannah Höch.

ABCD

(Raoul Hausmann, 1920)

Da-dandy

(Hannah Höch, 1919)

Além deles, um dos artistas dadaístas mais influentes foi Marcel Duchamp. Ele criou o conceito de ready-made, que é a mudança de um objeto de sua função ou local original para outro contexto ou situação. Com certeza, você já deve ter visto algumas das obras de Duchamp durante sua vida, como, por exemplo:

Fonte

(Marcel Duchamp, 1917)

L.H.O.O.Q

(Marcel Duchamp, 1919)

Roda de bicicleta

(Marcel Duchamp, 1913)

Nesse sentido, a proposta dos artistas dadaístas, como Duchamp, era justamente ressignificar a arte. Inverter um urinol, chamando-o de “Fonte”, desenhar bigodes na Monalisa de Da Vinci são típicas obras dadaístas: chocantes, provocativas, irreverentes e irônicas.

Mas o que significa dadaísmo?

A palavra dadaísmo, ou simplesmente “dada”, é de origem francesa e significa “cavalo de madeira”. Mas, para o movimento, não significa nada – e tudo – ao mesmo tempo e não apresenta nenhum sentido específico. Assim como a arte, que havia perdido o sentido diante da brutalidade da Primeira Guerra Mundial.

“o que chamamos dada é um pedaço de estupidez do vazio, no qual todas as grandiosas questões se tornaram envolvidas…” Hugo Ball

“Dada para mim era um novo começo e um fim. Na livre Zurique, onde os jornais podiam dizer o que queriam, onde as revistas eram fundadas e se liam poemas contra a guerra, aqui onde não haviam cartões de racionamento nem “ersatz”, aqui tínhamos a possibilidade de gritar tudo o que nos enche até rebentar.” Richard Huelsenbeck

A partir daí, a arte assumiu um a papel mais conceitual e idealista. Certamente, a simbologia antirracional e a “anti-arte” criada pelos dadaístas aguçou o senso crítico em relação a vida e a arte e fez as pessoas pensarem fora da caixa.

Sendo assim, o dadaísmo foi um movimento fundamental para a construção – e desconstrução – da arte no mundo, como todos as revoluções artísticas que aconteceram durante a nossa história.

Portanto, obras como as produzidas pelos artistas dadaístas são uma grande influência para a arte contemporânea e, simultaneamente, para o design e a publicidade. Todavia, as ideais e práticas utilizadas no movimento dada são um grande referencial criativo, por suas características singulares e inovadoras.

Gostou de conhecer um pouco sobre o dadaísmo? Esse, como vários outros movimentos artísticos, inspira o nosso trabalho aqui na Flama!